segunda-feira, 14 de junho de 2010

A África além da África da Copa


Sob a fome, a seca, a miséria e sobre a esperança sobrevivem as diversas etnias africanas. A África de um povo alegre explorada complexamente pelos meios de comunicação, talvez não esteje tão alegre assim, mas na verdade otimista em meio ao nada ou ao pouco. Do estádio de Johanesburgo localizado na África do Sul, se vê brilho que ofusca a visão a realidade do resto do continente daquele país. Nessas proximidades hotéis de luxo dão conforto aos jogadores e jornalistas, os turistas se acham o “máximo” ao posarem para fotografias com mulheres africanas bem produzidas pela própria cultura local, compras e mais compras são feitas a cada momento de objetos, vestuários, e modismos africanos, para serem levadas como lembranças da África feliz, estonteante, e disseminada. Como se ela realmente fosse assim todos os dias e por inteira. A alegria deste povo predominantemente negro é bem como o clima elevado deste “pedaço” que falta ao mundo, que falta a vida. Desde sempre foi assim, a África que nos falta e nos faz falta, tem a submissão como capítulo de sua origem, desde as colonizações européias e árabes. Tanto que ela foi o último continente do mundo em que as suas nações conquistaram a independência. Entrelaçada por interesses europeus, americanos e soviéticos fincados em séculos passados, até hoje ocorrem inúmeras sangrias por questões culturais e religiosas entre distintas tribos e clãs africanos, conflitos esses, que atrapalham em muito o desenvolvimento de cada nação africana e que é um grande empecilho a UA União Africana. Além de todos esses fatores étnicos, é triste saber que o fim do Apartheid, conquista que foi decisiva e tem seu grande valor não só para a África do Sul, mas para toda a África, foi uma conquista tarda. Em pensar ainda que as primeiras eleições multirraciais só ocorreram em 1994. Desta mesma África de refugiados internos, de conflitos constantes e de fome e saúde alarmantes, é que se deslumbra um dos continentes mais ricos do mundo em níveis naturais. Não só rico em belezas da natureza como as savanas, a floresta do Congo, as montanhas do Quênia – especialmente a do Kilimanjaro, etc, mas também por ser a origem das maiores concentrações de diamante e ouro do mundo, além de também ser uma grande potência em outros minerais como o petróleo, gás natural, urânio, bauxita, cobre e manganês, entre outros. Chega a ser no mímino persuasivo esses dados, afinal, como um continente tão rico naturalmente pode ser tão pobre socialmente? Mas para essa pergunta, a única resposta é a própria realidade. Esta África da copa está longe de ser a África de sempre. Enquanto não haver um real interesse e apoio internacional a África, enquanto medidas cabíveis de combate a fome e a pobreza não forem tomadas pelos governos africanos através de parcerias internacionais, e enquanto grandes investimentos na educação não forem a prioridade do governo, nós, todos nós, de todos os continentes é que sairemos perdendo, pois vamos continuar fantasiados na África da Copa, que não é a África de sempre. E ainda mais o povo africano que não vive, mas sobrevive em meio as dificuldades básicas encontradas todos os dias no saneamento, na educação, no desenvolvimento, na saúde, na segurança, etc.

Um comentário:

  1. Hoje, eles só lembram da África do Sul ( Copa Mundial ). E a parte da miséria?? Do sedentarismo?? Da falta de bem estar? Porque ão colocam em prática todos esses pontos principais ?? Eles pensam somente na Copa, nos Estádios, nas Vitórias voltadas ao Futebol. Gostaria muito de pode ajudar essas pessoas que realmente precisam ser notadas.... é uma pena! =/

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